4.3.13
Objetivo: não tê-lo
21.5.12
A passagem de um sem rumo
27.1.12
Para uma nova página
Algumas teorias enfatizam a lembrança de que um dia foi certo e feliz. Basear-se nelas não deve ser a primeira intenção; não há delicadeza, fragilidade, ou mesmo anseio em esperar por uma circunstância que já passou. Talvez tenha entendido o que ficou em detrimento da saudade melancólica e temida. Não há muito que desculpar, as pessoas precisam mudar, algumas fazem isso sem nenhuma precaução, tanto que não parecem perceber o que mudou com elas. A maneira como os olhares são mencionados têm outro aspecto, tão distinto que às vezes não se vê sendo mencionado. Claramente, as personalidades que deixaram de estar presentes não costumam morrer, porque cada vez que essas novas explicitarem seu mau gosto, a lembrança será metafórica novamente, e usada sem receio.
Desde que os contos findaram, a necessidade de contá-los tornou-se ainda maior, principalmente, quando a história parece se repetir. É de imaginar que as relutâncias de uma criança estejam maduras e imersas, e que não passem hoje de uma vontade desinibida de mudar. Sem esperanças que mudem, o mesmo corte sempre serve quando o formato facial permite que combinem; no entanto, não há porquê vivenciar o que há muito foi reservado para esquecimento, nem discutir o porquê de estar lá. Talvez contar nunca faça sentido, e nem sempre tenhamos a disposição de memorizar alguns detalhes. Isso não nos torna alguém memorável, apenas reflete o que não conseguimos fazer.
6.11.11
15.10.11
Nem sempre vira saudade...
Vendo os dias sendo tão incertos, percebo que o tempo não se doa como antes no qual éramos pares de danças mais longas. Mesmo que o afeto ainda tenha uma esperança não findada em meu esboço, talvez exista alguma menção do que podemos ser. Por ventura, perco-me em lembranças, geradas tantas vezes, que pareço não ter mudado de tempo... E as marcações que havia deixado como lembretes para um futuro foram rendidos e surripiados por intenções que jamais conseguiram ser explicadas. Não quero que minha calma te diga algo, e sim, que você repita meus atrevimentos, quase esquecidos. Não permito que tenha minha necessidade realçada e repetida por sua boca; eu a quero transposta sobre mim, encurtando minha melancolia, deliberando em meu deleite.
Contudo, comporta-se como se nada tivesse mudado... Como se suas mãos não tivessem deixado meu corpo, bem como sua inspiração, a minha. Eu não permito só olhadelas, eu já não o proíbo de me encontrar. Há algum tempo que venho tentando relembrar, sem excitações, o teu perfume, a aspereza das tuas palavras, a vulgaridade dos teus contos... No entanto, o apetite que me consome está prestes... E esteja! Desenhando tuas mãos em meu corpo nu, do mesmo modo que teus olhos imaginaram, com a mesma intensidade e intenções. Faríamos com que tudo o mais fosse apenas uma estória mal contada dos nossos dias inquietos, do mesmo modo como entendia seu sotaque libidinoso. É verdade que saímos sem pensar, sem notar que não estávamos sozinhos. Tão certo quanto não quero voltar, como não quero perder o gosto que acabou deixando em meus lábios, a fragrância por entre meus poros... Honestamente eu não tenho me portado diante das minúcias de nossas conversas, mas de algum modo tenho tentado fazer com que se lembre de que eu lhe perdi pela ideia que tenho de encontrá-lo novamente.