5.4.10

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à Margem

Uma questão de reinventar o meio termo. Remetendo soluções pouco teóricas ou, até mesmo, cedendo em função da terceira possibilidade: uma saída rápida da inércia do antigo movimento. Tratava de repor o que ficou dito pela manhã e não engasgar mentirosamente com a saliva. E embora pareça vulgar minha infidelidade, meu constrangimento não me encara com culpa. Culpa essa que não inverte nem se apodera dos fatos. A semana não deixa de estar cansada e quando disposta descansa... Semelhante a rima de bêbado que prefere a absolvição dos pecados à falta deles; a falta de silêncio e conversa. Ao prestar atenção no que realmente se tem de significativo há algo indicando esterilidade. Tesão abatido pelas palavras mal usadas que, até então, não eram necessárias. A partir daí que não há precisão nos gestos miúdos ou incapacita as mãos, ora trocadas, ora ferreamente gélidas. Permanecer nesse contrato de gentilezas escuras interrompe manifestações sinceras, invade civilizações seguras e reitera a claridade do caos. Isso talvez se repita em condições favoráveis, quando retratos permitirem considerações mais evidentes que a fome; moda de competitividade, de escassez e fim. São apenas reações alérgicas e escapes emocionais; a elegância do egoísmo e o altruísmo ponderado.
Poderia – tão quanto não é – ser menos feio.