21.5.12

A passagem de um sem rumo


Ao delimitar meu tempo, tive silêncios mais abruptos e relevantes que pude imaginar, e como não nos damos sem reciprocidade (algo que sigo fielmente), não vejo porquê trazer à tona palavras que deveriam ser outras. Possivelmente, terminarei meus livros, e demais pretensões, sem mais sujeições ou riscos; anseio por uma nova bagagem de experiências e, no entanto, reflito em medo em não encontrar chão. Mesmo com o estômago embrulhado, sinto que está sendo uma necessidade, posteriormente esquecida ou amargurada. Apesar de não conseguir reconhecer meu futuro, tê-lo já é uma dificuldade, da qual não me escondo, mas com a qual ainda não sei lidar. Torna-se inesperado os momentos que imaginamos hoje, e os sabores que terão, assim espero, sejam puramente ocasionais. Por mais que a adaptação humana esteja pouco condicionada, a situação a que me permito está menos adiante que o programado. É a necessidade mais lógica e minha de estar em dois lugares simultaneamente, porque, por mais que queiramos algo totalmente novo, há sempre outro algo que te impede preferencialmente de se livrar do já vivido. E sim, quero abraçar o mundo e alcançar tudo o que eu puder, rememorando o que já fui, na intenção de aprimorar os conceitos já construídos. Eu quero ser de um papel relevante e ter vários destes em minha vida; quero ser introspectiva e cuidadosa; dar a meu tempo um momento objetivo.