Ao delimitar meu tempo, tive silêncios mais
abruptos e relevantes que pude imaginar, e como não nos damos sem reciprocidade
(algo que sigo fielmente), não vejo porquê trazer à tona palavras que deveriam
ser outras. Possivelmente, terminarei meus livros, e demais pretensões, sem
mais sujeições ou riscos; anseio por uma nova bagagem de experiências e, no
entanto, reflito em medo em não encontrar chão. Mesmo com o estômago
embrulhado, sinto que está sendo uma necessidade, posteriormente esquecida ou
amargurada. Apesar de não conseguir reconhecer meu futuro, tê-lo já é uma
dificuldade, da qual não me escondo, mas com a qual ainda não sei lidar.
Torna-se inesperado os momentos que imaginamos hoje, e os sabores que terão, assim
espero, sejam puramente ocasionais. Por mais que a adaptação humana esteja
pouco condicionada, a situação a que me permito está menos adiante que o
programado. É a necessidade mais lógica e minha de estar em dois lugares
simultaneamente, porque, por mais que queiramos algo totalmente novo, há sempre
outro algo que te impede preferencialmente de se livrar do já vivido. E sim,
quero abraçar o mundo e alcançar tudo o que eu puder, rememorando o que já fui,
na intenção de aprimorar os conceitos já construídos. Eu quero ser de um papel
relevante e ter vários destes em minha vida; quero ser introspectiva e cuidadosa;
dar a meu tempo um momento objetivo.