27.1.12

Para uma nova página

Algumas teorias enfatizam a lembrança de que um dia foi certo e feliz. Basear-se nelas não deve ser a primeira intenção; não há delicadeza, fragilidade, ou mesmo anseio em esperar por uma circunstância que já passou. Talvez tenha entendido o que ficou em detrimento da saudade melancólica e temida. Não há muito que desculpar, as pessoas precisam mudar, algumas fazem isso sem nenhuma precaução, tanto que não parecem perceber o que mudou com elas. A maneira como os olhares são mencionados têm outro aspecto, tão distinto que às vezes não se vê sendo mencionado. Claramente, as personalidades que deixaram de estar presentes não costumam morrer, porque cada vez que essas novas explicitarem seu mau gosto, a lembrança será metafórica novamente, e usada sem receio.

Desde que os contos findaram, a necessidade de contá-los tornou-se ainda maior, principalmente, quando a história parece se repetir. É de imaginar que as relutâncias de uma criança estejam maduras e imersas, e que não passem hoje de uma vontade desinibida de mudar. Sem esperanças que mudem, o mesmo corte sempre serve quando o formato facial permite que combinem; no entanto, não há porquê vivenciar o que há muito foi reservado para esquecimento, nem discutir o porquê de estar lá. Talvez contar nunca faça sentido, e nem sempre tenhamos a disposição de memorizar alguns detalhes. Isso não nos torna alguém memorável, apenas reflete o que não conseguimos fazer.

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